20 agosto, 2022

que o que não foi, não é!

te escrevo para pôr um ponto, 
um ponto que você já havia colocado,  

por cima do meu de interrogação naquela noite. 

 

te escrevo para decretar um fim, 
aquele parecido com o que você me disse nessa mesma noite. 

 

te escrevo para vir o grito, o alivio, e o último suspiro 
do nosso presente amor que já se fez tão ausente. 

 

te escrevo para pôr um ponto, 
nas tristes esperanças, nos tristes questionamentos, 
no amor que sinto por você. 

 

te escrevo para te desejar muito amor, 
ai e agora, mas nunca será parecido com o que tivemos um dia. 
 

te escrevo para acalmar a tormenta, 

naquele turbilhão que chamamos tanto de vida.

 

te escrevo para vir o silencio,  

depois de tantos gritos que você não chegou a ouviu, 

depois de tantas lagrimas que você não chegou a secar. 

 

te escrevo para poder te reencontrar, 
em outras esquinas, em outras fases, em outras vidas na verdade. 

 

te escrevo, na verdade, para dizer que guardei o nosso amor aqui dentro, 

no meu potinho de lembranças que fica no meu coração! 

 

te escrevo também para agradecer por ter me dado o mundo

e dizer que te perdoou por ter me tirado ele!

sam. 

12 outubro, 2018

Cecília. parte I

Cecilia era feita de medos, de apegos, de despedidas; até que um dia teve coragem, se apegou; e logo após entrou em uma tempestade. A tempestade caia como se naquela noite fosse o fim do mundo, Cecília estava empossada de água e magoas. Cecília estava cansada. Andava com seu guarda chuva, como se fosse a maior preciosidade que ainda a restara. Cecília era bela como a calmaria de um amanhecer, era a paz de um passarinho a voar. Ela era ser. Cecília agora é cessar, é pausar, é só pensar. Cecília tem medo de não aguentar a sua própria sensibilidade. Cecília tem medo de ninguém aguenta-la. Cecília se lia, se relia, se rasurava. Cecília no momento é rabiscos de um viver qualquer. Mas Cecília continua sendo o nome mais lindo que pude conhecer.
samantha.